terça-feira, 30 de novembro de 2010
Cultura Punk
Denomina-se cultura punk os estilos dentro da produção cultural que possuem certas características comuns àquelas ditas punk, como por exemplo o princípio de autonomia do faça-você-mesmo, o interesse pela aparência agressiva, a simplicidade, o sarcasmo niilista e a subversão da cultura. Entre os elementos culturais punk estão: o estilo musical, a moda, o design, as artes plásticas, o cinema, a poesia, e também o comportamento (podendo incluir ou não princípios éticos e políticos definidos), expressões linguísticas, símbolos e outros códigos de comunicação. Surge dentro do contexto da contracultura, como reação à não-violência dos hippies e a um certo otimismo daqueles.
A Juventude rebelde desde 1950
Ao som do rock and roll, a nova música que surgia nos 50, a juventude norte-americana buscava sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial, que teve origem no sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans.
O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por James Dean, no filme “Juventude Transviada” (1955), que usava blusão de couro e jeans. Marlon Brando também sugeria um visual displicente no filme “Um Bonde Chamado Desejo” (1951), transformando a camiseta branca em um símbolo da juventude.
Já na Inglaterra, alguns londrinos voltaram a usar o estilo eduardiano, mas com um componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos, além de um topete enrolado. Eram os “teddy-boys”.
Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse cenário, começava a se formar um mercado com um grande potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60. No Brasil, desfilavam os playboys de Copacabana em seus Cadilacs e cabelos penteados com o dedo ao estilo de Elvis. Sapatos brancos mocassim, calça rancheira e camisa Ban-Lan. A juventude rebelde andava de “Lambreta” e mascavam chicletes. Os homens usavam “Ray Ban” e as mulheres, lenço no pescoço. Com a explosão feminista, Marilyn Monroe era símbolo sexual no Brasil e Marta Rocha, que perdeu o titulo de Miss Universo pelas duas polegadas a mais de quadril, passa a ser o ícone de beleza brasileira. Na moda praia, as extensas roupas de banho femininas perderam espaço para o ousado maiô, que mostrava as coxas e os ombros.
Os Anos Dourados (assim chamado pelo crescimento industrial e econômico pós-guerra) também marcaram o Brasil pelo surgimento do Rock. “A musica de quem quer matar o pai” – como diziam os jovens – era repudiada pelos conservadores, que considerava o estilo de vida uma decadência e uma loucura. As músicas eram importadas dos Estados Unidos, assim como o jeito de se vestir dos “rebeldes sem causa”. Percebendo o sucesso do Rock`n Roll, as gravadoras começaram a procurar “homens de família” e “meninas de bem” para formar um grupo de rock. Formado pelos jovens China, Alênio Trindade, Tim Maia, Erasmo Carlos e Roberto Carlos, a “Turma do Matoso” foi uma das primeiras bandas de rock brasileiro. Cely Campelo era ‘ídolo dos adolescentes que lutavam contra a repressão sexual e pela liberdade de expressão. Seus rits foram: Estúpido Cupido, Banho de Lua e Broto Legal.
A Geração Coca-Cola, bombardeada com o crescimento econômico e com incentivo governamental de importação, viveu um consumismo extremado e uma rebeldia quase copiada. O “American Way of Life”, ao mesmo tempo em que deu ao jovem brasileiro da classe média uma sensação de liberdade e prazer, trouxe uma desigualdade social muito grande pelo monopólio industrial `as famílias de classes mais baixas.
Juventude: 1950
Os anos dourados (a década de 1950) registram também a percepção dos jovens e das crianças como importantes segmentos do setor de consumo, portanto, a partir desse período inicia-se uma intensa propaganda por parte de indústrias e setores expressivos do comércio para atingir esse segmento considerável do mercado.
A apropriação pela indústria cultural de ícones como Elvis Presley, James Dean ou Marlon Brando e sua pretensa rebeldia mirava exatamente os muitos dólares que poderiam ser gerados por uma massa de jovens decidida a incorporar o espírito irreverente, audacioso e libertário desses ídolos.
Mas não eram apenas esses os expoentes da radicalização do comportamento jovem nos anos 1950. Surgiam também os beatniks, liderados por escritores como Jack Kerouac e Allen Ginsberg, que resolveram colocar o pé na estrada, escrever sobre suas experiências psicodélicas, sobre sua vida marginal, dormindo ao relento, conhecendo realidades totalmente díspares em relação ao mundo burguês ao qual a maioria dos jovens americanos desse período estavam acostumados.
Eles apenas deram o pontapé inicial para práticas ainda mais radicais, que redundariam no Flower Power dos anos 1960 e seu lema “sexo, drogas e rock and roll”, incorporado ao cotidiano de uma juventude totalmente liberada, adepta do naturismo, do consumo de drogas variadas (como a maconha, a heroína ou a cocaína), da vida em comunidades alternativas e do sexo livre, descompromissado.
É nesse período que os universitários passam a lutar por seus direitos e promovem manifestações, desafiando governos, sistemas educacionais, orientações políticas autoritárias e modelos econômicos que em sua opinião estavam falidos ou então que eram injustos. Na França, no Brasil, nos Estados Unidos e em várias partes do mundo, universidades são fechadas, acampamentos provisórios abrigam os universitários em luta por seus ideais, a polícia é chamada as ruas para intervir e tentar manter a ordem,...
No Brasil, a luta armada passa a ser a opção de muitos desses estudantes, acuados pelo governo com a perseguição ostensiva e a marcação cerrada dos órgãos repressores. O seqüestro de embaixadores ou a Guerrilha do Araguaia são acontecimentos que simbolizam esse envolvimento numa época em que as oposições políticas foram silenciadas pela censura, pelas torturas ou pelo exílio.
Nos festivais da canção surgiam Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee, Raul Seixas, Geraldo Vandré e tantos outros cantores e compositores que através de suas canções tentavam contestar o regime opressor. Era também a época da rebelde (mas controlada) Jovem Guarda liderada por Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos.
O papel do jovem era rediscutido diariamente, em várias partes do mundo, não mais pelos adultos e suas instituições (como a escola), mas pela própria juventude, que se tornava cada vez mais protagonista dos acontecimentos que viravam manchetes de jornais, notícias do dia...
Daquela época para cá vimos surgir novos movimentos, alguns ainda incompreendidos, marginalizados, hostilizados pela grande mídia e, por isso mesmo, estigmatizados como violentos. Outros, entretanto, produziram movimentos culturais que se tornaram relevantes e deram status de estrela mesmo a quem não queria tantos holofotes, apesar de seu talento reconhecido, casos de Kurt Cobain (do grupo Nirvana) ou de Sid Vicious (do Sex Pistols).
Cazuza e sua trupe do Barão Vermelho, Renato Russo e o grupo Legião Urbana, Herbert Vianna e os Paralamas do Sucesso no Brasil consolidaram o rock e deram a esse gênero uma roupagem nacional. Falavam do Brasil de forma crítica, demonstravam uma vontade latente de mudar, diziam em nome dessa juventude brasileira aquilo que se buscava com movimentos como as Diretas Já ou, posteriormente, com os Caras pintadas que enxotaram Collor do poder, ou seja, “Brasil mostra a sua cara”...
O professor Paulo Sérgio do Carmo caminha ao longo das páginas de seu livro pelos caminhos alternativos escolhidos pela juventude brasileira e mundial em busca de um espaço para que sua voz, tanto de lamento quanto de confiança e satisfação pudesse ser ouvida (luta que continua ainda hoje, com a utilização de outros expedientes e rotas). Seu livro é recomendado não apenas para as pessoas interessadas num estudo da história e das perspectivas futuras da juventude, mas também de todos aqueles que, em determinado momento de suas vidas, dançaram embalados pelo “Twist and Shout” ou pelo “Dancin’ Days”...
A apropriação pela indústria cultural de ícones como Elvis Presley, James Dean ou Marlon Brando e sua pretensa rebeldia mirava exatamente os muitos dólares que poderiam ser gerados por uma massa de jovens decidida a incorporar o espírito irreverente, audacioso e libertário desses ídolos.
Mas não eram apenas esses os expoentes da radicalização do comportamento jovem nos anos 1950. Surgiam também os beatniks, liderados por escritores como Jack Kerouac e Allen Ginsberg, que resolveram colocar o pé na estrada, escrever sobre suas experiências psicodélicas, sobre sua vida marginal, dormindo ao relento, conhecendo realidades totalmente díspares em relação ao mundo burguês ao qual a maioria dos jovens americanos desse período estavam acostumados.
Eles apenas deram o pontapé inicial para práticas ainda mais radicais, que redundariam no Flower Power dos anos 1960 e seu lema “sexo, drogas e rock and roll”, incorporado ao cotidiano de uma juventude totalmente liberada, adepta do naturismo, do consumo de drogas variadas (como a maconha, a heroína ou a cocaína), da vida em comunidades alternativas e do sexo livre, descompromissado.
É nesse período que os universitários passam a lutar por seus direitos e promovem manifestações, desafiando governos, sistemas educacionais, orientações políticas autoritárias e modelos econômicos que em sua opinião estavam falidos ou então que eram injustos. Na França, no Brasil, nos Estados Unidos e em várias partes do mundo, universidades são fechadas, acampamentos provisórios abrigam os universitários em luta por seus ideais, a polícia é chamada as ruas para intervir e tentar manter a ordem,...
No Brasil, a luta armada passa a ser a opção de muitos desses estudantes, acuados pelo governo com a perseguição ostensiva e a marcação cerrada dos órgãos repressores. O seqüestro de embaixadores ou a Guerrilha do Araguaia são acontecimentos que simbolizam esse envolvimento numa época em que as oposições políticas foram silenciadas pela censura, pelas torturas ou pelo exílio.
Nos festivais da canção surgiam Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee, Raul Seixas, Geraldo Vandré e tantos outros cantores e compositores que através de suas canções tentavam contestar o regime opressor. Era também a época da rebelde (mas controlada) Jovem Guarda liderada por Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos.
O papel do jovem era rediscutido diariamente, em várias partes do mundo, não mais pelos adultos e suas instituições (como a escola), mas pela própria juventude, que se tornava cada vez mais protagonista dos acontecimentos que viravam manchetes de jornais, notícias do dia...
Daquela época para cá vimos surgir novos movimentos, alguns ainda incompreendidos, marginalizados, hostilizados pela grande mídia e, por isso mesmo, estigmatizados como violentos. Outros, entretanto, produziram movimentos culturais que se tornaram relevantes e deram status de estrela mesmo a quem não queria tantos holofotes, apesar de seu talento reconhecido, casos de Kurt Cobain (do grupo Nirvana) ou de Sid Vicious (do Sex Pistols).
Cazuza e sua trupe do Barão Vermelho, Renato Russo e o grupo Legião Urbana, Herbert Vianna e os Paralamas do Sucesso no Brasil consolidaram o rock e deram a esse gênero uma roupagem nacional. Falavam do Brasil de forma crítica, demonstravam uma vontade latente de mudar, diziam em nome dessa juventude brasileira aquilo que se buscava com movimentos como as Diretas Já ou, posteriormente, com os Caras pintadas que enxotaram Collor do poder, ou seja, “Brasil mostra a sua cara”...
O professor Paulo Sérgio do Carmo caminha ao longo das páginas de seu livro pelos caminhos alternativos escolhidos pela juventude brasileira e mundial em busca de um espaço para que sua voz, tanto de lamento quanto de confiança e satisfação pudesse ser ouvida (luta que continua ainda hoje, com a utilização de outros expedientes e rotas). Seu livro é recomendado não apenas para as pessoas interessadas num estudo da história e das perspectivas futuras da juventude, mas também de todos aqueles que, em determinado momento de suas vidas, dançaram embalados pelo “Twist and Shout” ou pelo “Dancin’ Days”...
A juventude desde 1950
Não dá para ignorar que em se tratando dos anos 1950, a imagem de rebelde foi associada aos personagens de James Dean em “Juventude Transviada” ou ainda de Marlon Brando em “O Selvagem”. O blusão de couro, a camiseta e a calça jeans passavam a fazer parte do imaginário mundial como símbolos destacados da presença marcante da juventude como elemento ativo, integrado, sintonizado com a política, crítico dos sistemas econômicos, sequioso de uma independência e de um reconhecimento que ainda não possuía.
Os jovens dos anos 1990, por sua vez, incorporaram alguns elementos para demonstrar sua rebeldia e seus questionamentos. Aderiram a novas correntes musicais e propostas alternativas de vida, condizentes com suas realidades e problemas. Foi nessa época que se consolidaram o Rap, o Hip Hop e o conceito de “galeras”.
Elvis Presley, Legião Urbana, os carapintadas que ajudaram a derrubar Fernando Collor de Mello, Rita Lee e os Mutantes, o tropicalismo, a UNE dos anos 1960, os movimentos estudantis dessa mesma década, o advento da MTV, os hippies, o surgimento do movimento Punk e de seus derivativos, a voz rouca de Janis Joplin, Cazuza, a morte pelo consumo de drogas dos roqueiros que agitaram o cenário mundial a partir de Woodstock, o envolvimento de jovens na luta armada contra a ditadura militar, a alienação do fim da ditadura militar, o surgimento do terceiro setor e o envolvimento da juventude em movimentos pela preservação da natureza ou pela ética na política,...
Todos esses acontecimentos e personagens são parte integrante da história recente de nosso planeta, relacionados entre si pelo fato de representarem diferentes momentos, propostas, respostas e atitudes da juventude em relação ao mundo em que viviam. Contextualizados eles podem ser entendidos, vistos aleatoriamente, dificilmente seríamos capazes de compreender o que representavam, por que agiram da forma como hoje temos a possibilidade de estudar, que alternativas possuíam, de onde veio toda a sua rebeldia, que caminhos os jovens do século XXI tem pela frente...
Os jovens dos anos 1990, por sua vez, incorporaram alguns elementos para demonstrar sua rebeldia e seus questionamentos. Aderiram a novas correntes musicais e propostas alternativas de vida, condizentes com suas realidades e problemas. Foi nessa época que se consolidaram o Rap, o Hip Hop e o conceito de “galeras”.
Elvis Presley, Legião Urbana, os carapintadas que ajudaram a derrubar Fernando Collor de Mello, Rita Lee e os Mutantes, o tropicalismo, a UNE dos anos 1960, os movimentos estudantis dessa mesma década, o advento da MTV, os hippies, o surgimento do movimento Punk e de seus derivativos, a voz rouca de Janis Joplin, Cazuza, a morte pelo consumo de drogas dos roqueiros que agitaram o cenário mundial a partir de Woodstock, o envolvimento de jovens na luta armada contra a ditadura militar, a alienação do fim da ditadura militar, o surgimento do terceiro setor e o envolvimento da juventude em movimentos pela preservação da natureza ou pela ética na política,...
Todos esses acontecimentos e personagens são parte integrante da história recente de nosso planeta, relacionados entre si pelo fato de representarem diferentes momentos, propostas, respostas e atitudes da juventude em relação ao mundo em que viviam. Contextualizados eles podem ser entendidos, vistos aleatoriamente, dificilmente seríamos capazes de compreender o que representavam, por que agiram da forma como hoje temos a possibilidade de estudar, que alternativas possuíam, de onde veio toda a sua rebeldia, que caminhos os jovens do século XXI tem pela frente...
Governo Populista - Populismo
A REPÚBLICA POPULISTA 1946 – 1964
Apesar de habitualmente convencionar-se o período de 1945 a 1964 como o auge do populismo é importante ressaltar que suas raízes não remontam desta época. As suas origens estão na Revolução de 1930. O populismo não foi um advento tipicamente brasileiro, mas latino americano. Trazia a marca de suas origens: a política ambígua como produto de forças transformadoras e contraditórias. Notabilizado por Getúlio Vargas que usou e abusou do carisma pessoal, dos discursos melodramáticos e do uso da propaganda massiva, características consagradoras do grande ícone populista que, ainda hoje, inspira os hábitos e comportamentos das lideranças políticas contemporâneas. Seu discurso nacionalista, a concentração de poderes políticos, uma delicada teia de interesses e alianças proporcionaram-lhe longa permanência a frente da presidência do Brasil. O populismo de Vargas saudava valores e idéias que o credenciava como “grande líder” porta-voz das massas, fundamentando o seu discurso em projetos de inclusão social. Contudo o exemplo que ratifica a contradição do populismo é a denominação dada à Vargas que conseguia, ao mesmo tempo, ser o “pai dos pobres” e a “mãe dos ricos”.
Segundo o sociólogo Francisco Weffort, o populismo, como "estilo de governo", é sempre sensível às pressões populares; simultaneamente, como "política de massa", procura conduzir e manipular as aspirações populares. Isto significa que, aparentemente o comando estava com o povo, porem na realidade, sem aperceber-se a massa popular era sutilmente controlada pelo governante. Podemos retirar a conclusão do que representou o populismo a partir de 3 aspectos:
No plano político/econômico foi o deslocamento do pólo dinâmico da economia - do setor agrário para o urbano -, através do processo de desenvolvimento industrial, em grande parte iniciado pela revolução de 1930.
No plano social, tais transformações econômicas implicaram a ascensão das classes populares urbanas, cujos anseios foram sistematicamente ignorados e reprimidos no período da República Oligárquica.
Do ponto de vista da camada dirigente, o populismo é, por sua vez, a forma assumida pelo Estado para dar conta dos anseios populares e, simultaneamente, elaborar mecanismos para o seu controle.
Vargas foi uma referência do populismo, mas não o único. JK, Jânio e Jango também figuram como representantes deste modelo na época. Posteriormente outros políticos absorveram características populistas em suas trajetórias pessoais, seja no ambito estadual ou nacional. O populismo não acabou. Ainda está em evidência. Como prova apontamos o estilo de governar do presidente Lula ao incorporar aspectos populistas, mantém altos índices de popularidade no Brasil e destaca-se no cenário político internacional. Cito como exemplo do folclore populista o recente fato de ter recebido elogios do presidente Obama ao comentar "Este é o cara" referindo-se a Lula. Portanto "nunca na História deste país" o populismo esteve tão em voga. Importante lembrar que a passagem para o período da República Populista origina-se nas consequências do término da Segunda Guerra Mundial que repercutiram sobre a política interna do Brasil e contribuiram para o enfraquecimento das bases de sustentação do governo Vargas. Justificativa não faltava. Afinal não fazia sentido manter aqui uma ditadura (o Estado Novo) que enviou tropas para combater a ditadura nazifascista na Europa. Situação não condizente ao cenário mundial de restabelecimento das democracias, após a derrota do nazifascismo. As pressões aumentaram para o término do Estado Novo.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
João Goulart
João Belchior Marques Goulart | ||
24.º Presidente do Brasil Brasil | ||
Mandato 7 de setembro de 1961 até 1 de abril de 1964 | ||
Vice-presidente | nenhum | |
---|---|---|
Precedido por | Jânio Quadros | |
Sucedido por | Humberto de Alencar Castelo Branco | |
Nascido em | 1 de Março de 1919 São Borja, RS | |
Morreu em | 6 de dezembro de 1976 (58 anos) Mercedes, Argentina | |
Partido político | PTB | |
Esposa | Maria Teresa Fontela Goulart | |
Profissão advogado João Belchior Marques Goulart (São Borja, 1 de março de 1919 — Mercedes, 6 de dezembro de 1976), conhecido popularmente como "Jango", foi um político brasileiro e o 24° presidente de seu país, de 1961 a 1964. Antes disso, também foi vice-presidente, de 1956 a 1961, tendo sido eleito com mais votos que o próprio presidente, Juscelino Kubitschek. A família de Goulart era de ascendência portuguesa, sendo ele filho de Vicente Goulart, estancieiro do Rio Grande do Sul que tinha grande influência na região, ajudando em sua entrada na vida política. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1939. Foi deposto pelo Golpe Militar de 1964, liderado pelo alto escalão do Exército. |
Jânio Quadros
Jânio Quadros | ||
22.º Presidente do Brasil Brasil | ||
Mandato 31 de janeiro de 1961 até 25 de agosto de 1961 | ||
Vice-presidente | João Goulart | |
---|---|---|
Precedido por | Juscelino Kubitschek | |
Sucedido por | Ranieri Mazzilli | |
Governador de São Paulo | ||
Mandato 31 de janeiro de 1955 até 31 de janeiro de 1959 | ||
Precedido por | Lucas Nogueira Garcez | |
Sucedido por | Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto | |
Prefeito de São Paulo | ||
Mandato 8 de abril de 1953 até 6 de julho de 1954 | ||
Precedido por | Armando de Arruda Pereira | |
Sucedido por | José Porfírio da Paz | |
Mandato 1 de janeiro de 1986 até 1 de janeiro de 1989 | ||
Precedido por | Mário Covas Júnior | |
Sucedido por | Luiza Erundina | |
Nascido em | 25 de Janeiro de 1917 Campo Grande, MS | |
Morreu em | 16 de fevereiro de 1992 (75 anos) São Paulo, SP | |
Partido político | PDC, PTN e PTB | |
Esposa | Eloá Quadros | |
Profissão Advogado e Professor de português Jânio da Silva Quadros (Campo Grande, 25 de janeiro de 1917 — São Paulo, 16 de fevereiro de 1992) foi um político e o vigésimo segundo presidente do Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961 — data em que renunciou, alegando que "forças terríveis" o obrigavam a esse ato. Em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo pelo PTB. Foi o único sul-mato-grossense presidente do Brasil. O governoNo seu curto período de governo, Jânio Quadros:
A renúnciaO dia 21 de agosto de 1961 Jânio Quadros assinou uma resolução que anulava as autorizações ilegais outorgadas a favor da empresa Hanna e restituía as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional. Quatro dias depois, os ministros militares pressionaram a Quadros a renunciar: «Forças terríveis se levantaram contra mim...», dizia o texto da renuncia.De acordo com Auro de Moura Andrade, as razões de seu ato, citado em sua carta renúncia, entregue ao ministro da Justiça Oscar Pedroso Horta, foram:
Em um discurso no dia 24 de agosto de 1961, transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, Lacerda denunciou uma suposta trama palaciana de Jânio e acusou seu ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, de tê-lo convidado a participar de um golpe de estado. Na tarde de 25 de agosto, Jânio Quadros, para espanto de toda a nação, anunciou sua renúncia, que foi prontamente aceita pelo Congresso Nacional. Especula-se que talvez Jânio não esperasse que sua carta-renúncia fosse efetivamente entregue ao Congresso. Pelo menos não a carta original, assinada, com valor de documento. O popular rádio jornal daquela época, o Repórter Esso, em edição extraordinária, no dia 25 de agosto, atribuiu a renúncia a "forças ocultas", frase que Jânio não usou, mas que entrou para a história do Brasil e que muito irritava Jânio, quando perguntado sobre ela. Cláudio Lembo, que foi Secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura durante o segundo mandato de Jânio, recorda dois pedidos de renúncia que Jânio lhe entregou - e preferiu guardar no bolso. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo disse Lembo: Por outro lado especula-se que Jânio estaria certo de que surgiriam fortes manifestações populares contra sua renúncia, com o povo clamando nas ruas por sua volta ao poder - como ocorreu com Charles de Gaulle. Por isso Jânio permaneceu por horas aguardando dentro do avião que o levaria de Brasília a São Paulo. Tudo indica, entretanto, que algum tipo de arranjo foi feito, nos bastidores da política, para impedir que a população soubesse em que local Jânio se encontrava nos momentos mais cruciais - imediatamente após a divulgação de sua carta de renúncia. Jânio Quadros alegou a pressão de "forças terríveis" que o obrigavam a renunciar, forças que nunca chegou a identificar. Com sua renúncia abriu-se uma crise, pois os ministros militares vetavam o nome de Goulart. Assumiu provisoriamente Ranieri Mazzili, enquanto acontecia a Campanha da Legalidade; nesta campanha destacou-se Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango. Com a adoção do regime parlamentarista, e consequente redução dos poderes presidenciais, finalmente os militares aceitaram que Goulart assumisse. O primeiro Primeiro-Ministro do Brasil foi Tancredo Neves. A experiência parlamentarista, contudo, foi revogada por um plebiscito em 6 de janeiro de 1963, depois de também terem sido primeiros-ministros Brochado da Rocha e Hermes Lima. |
Juscelino Kubitschek
Juscelino Kubitschek de Oliveira | |
21.º Presidente do Brasil Brasil | |
Mandato 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961 | |
Vice-presidente | João Goulart |
---|---|
Precedido por | Nereu Ramos |
Sucedido por | Jânio Quadros |
Nascido em | 12 de setembro de 1902 Diamantina, Minas Gerais |
Morreu em | 22 de agosto de 1976 (73 anos) Resende, Rio de Janeiro |
Partido político | Partido Progressista (Minas Gerais), PSD |
Esposa Sarah Gomes de Sousa Lemos Juscelino Kubitschek de Oliveira (Diamantina, 12 de setembro de 1902 — Resende, 22 de agosto de 1976) foi um médico, militar e político brasileiro. Conhecido como JK, foi prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1951-1955), e presidente do Brasil entre 1956 e 1961. Foi o primeiro presidente do Brasil a nascer no século XX e foi o último político mineiro eleito para a presidência da república pelo voto direto. Casado com Sarah Kubitschek, com quem teve as filhas Márcia Kubitschek e Maria Estela Kubitschek, foi o responsável pela construção de uma nova capital federal, Brasília, executando assim o antigo projeto, já previsto em três constituições brasileiras, da mudança da capital para promover o desenvolvimento do interior do Brasil e a integração do país. Durante todo o seu mandato como presidente da República, (1956-1961), o Brasil viveu um período de notável desenvolvimento econômico e relativa estabilidade política. Com um estilo de governo inovador na política brasileira, Juscelino construiu em torno de si uma aura de simpatia e confiança entre os brasileiros. Juscelino Kubitschek é, ainda hoje, um dos políticos mais admirados do cenário político do Brasil, aparecendo junto com Getúlio Vargas, nas pesquisas de opinião pública como os dois presidentes preferidos pelos brasileiros. Segundo seu adversário José Sarney, Juscelino foi o melhor presidente que o Brasil já teve, por sua habilidade política, por suas realizações e pelo seu respeito às instituições democráticas. No ano de 2001, Juscelino Kubitschek de Oliveira foi eleito o "Brasileiro do Século" em uma eleição que foi publicada pela revista Isto é. | |
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Getúlio Vargas
Getúlio Dorneles Vargas | |
14.º Presidente do Brasil Brasil | |
Mandato 3 de novembro de 1930 até 29 de outubro de 1945 | |
Vice-presidente | nenhum |
---|---|
Precedido por | Junta Governativa Provisória de 1930 |
Sucedido por | José Linhares |
17.º Presidente do Brasil Brasil | |
2° Mandato 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954 | |
Vice-presidente | Café Filho |
Precedido por | Gaspar Dutra |
Sucedido por | Café Filho |
Governador do Rio Grande do Sul | |
Mandato 25 de janeiro de 1928 até 9 de outubro de 1930 | |
Precedido por | Borges de Medeiros |
Sucedido por | Osvaldo Aranha |
Nascido em | 19 de abril de 1882 São Borja, RS |
Morreu em | 24 de agosto de 1954 (72 anos) Rio de Janeiro |
Partido político | Partido Republicano Rio-grandense (PRR) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) |
Esposa | Darcy Vargas |
Profissão | Advogado e político |
Getúlio Dorneles Vargas(São Borja, 19 de abril de 1882 - Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954) foi um advogado e político brasileiro, chefe civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha depondo seu 13º e último presidente da república Washington Luís. Foi presidente da república do Brasil em dois períodos. O primeiro teve duração de 15 anos ininterruptos, de 1930 a 1945, e dividiu-se em 3 fases:
Getúlio era chamado pelos seus simpatizantes de "o pai dos pobres", frase bíblica (livro de Jó-29:16) e título criado pelo seu Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, enfatizando o fato de Getúlio ter criado muitas das leis sociais e trabalhistas brasileiras. As pessoas próximas o tratavam por "Doutor Getúlio", e as pessoas do povo o chamavam de "O Getúlio", e não de "Vargas". A sua doutrina e seu estilo político foram denominados de getulismo ou varguismo. Os seus seguidores, até hoje existentes, são denominados getulistas. Suicidou-se em 1954 com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Getúlio Vargas foi um dos mais controvertidos políticos brasileiros do século XX. Sua influência se estende até hoje. A sua herança política é invocada por pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O Governo Provisório (1930 - 1934)Uma república novaÀs 3 horas da tarde de 3 de novembro de 1930, a Junta Militar Provisória passou o poder, no Palácio do Catete, a Getúlio Vargas, (que vestia farda militar pela última vez na vida), encerrando a chamada República Velha. No discurso de posse, Getúlio estabelece 17 metas a serem cumpridas pelo Governo Provisório.Na mesma hora, no centro da cidade do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930. Dos principais tenentes de 1930, o único a estar presente ao ato foi o tenente João Cabanas que aparece nas fotografias do evento. Esse gesto dos gaúchos foi cantado por Almirante, numa marchinha de Lamartine Babo chamada "O barbado foi-se":
Getúlio governava através de decretos que tinham força de lei. Esses decretos sempre começavam assim: "- O Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, Considerando que:" No dia 11 de novembro de 1930 foi baixado o decreto nº 19.398 que instituiu e regulamentou o funcionamento do Governo Provisório. Este decreto:
Mesmo na Marinha do Brasil, que não havia combatido os revolucionários de 1930, houve, por insistência de Getúlio, aposentadorias forçadas, o que levou o ministro da Marinha, José Isaías de Noronha a pedir exoneração do seu cargo. Foram investigadas minuciosamente as administrações e os políticos da República Velha, através de uma chamada "Justiça Revolucionária" e de um "Tribunal Especial", criados em 1930, pelo decreto que instituiu o Governo Provisório e organizado pelo decreto 19.440 de 28 de novembro de 1930, com o objetivo de: "processo e julgamento de crimes políticos, funcionais e outros que serão discriminados na lei de sua organização". Entretanto, como o próprio Getúlio confirma no Diário, no dia 4 de dezembro de 1932, nada foi encontrado de irregularidades e de corrupção naquele regime deposto em 1930, motivo pelo qual, mais tarde, surgiria a expressão: "os honrados políticos da República Velha". O Tribunal Especial foi dissolvido em 1932 sem ter condenado ninguém. Houve, no início do Governo Provisório, uma espécie do comando revolucionário, denominado oficialmente de Conselho Nacional Consultivo , criado pelo decreto que regulamentou o Governo Provisório, e que recebeu o apelido de "Gabinete Negro", do qual faziam parte Getúlio Vargas, Pedro Ernesto, o general José Fernandes Leite de Castro, Ari Parreiras, Osvaldo Aranha, Góis Monteiro, Juarez Távora e o tenente João Alberto Lins de Barros, (quando este, que era interventor federal em São Paulo, ia ao Rio de Janeiro), entre outros. O Gabinete Negro se sobrepunha ao gabinete ministerial, tomava as decisões e definia os rumos da revolução. Juarez Távora, além de ministro da Viação e depois da Agricultura, fora, através de decreto secreto, arquivado na secretaria do Ministério da Guerra, atual Comando do Exército, nomeado chefe de uma Delegacia do Norte, o que lhe dava o controle de todos os interventores do nordeste brasileiro, e lhe valeu o apelido de vice-rei do norte. A radicalização política dos tenentes representou o seu maior perigo para Getúlio em 25 de fevereiro de 1932, quando foi destruído, na cidade do Rio de Janeiro, (por empastelamento), um jornal da oposição ao Governo Provisório, o Diário Carioca. A recusa de Getúlio de punir os tenentes envolvidos no caso fez com que o ministro do trabalho Lindolfo Collor, o ministro da justiça Joaquim Maurício Cardoso e o chefe de polícia do Rio de Janeiro, João Batista Luzardo pedissem exoneração de seus cargos. João Neves da Fontoura também rompeu com Getúlio. Batista Luzardo denunciou, em carta, o envolvimento do Governo Provisório no atentado ao Diário Carioca. Os jornais do Rio de Janeiro ficaram 2 dias sem circular, em solidariedade ao Diário Carioca. Os tenentes se encontravam e se organizavam nos Clubes "3 de Outubro", e só voltaram finalmente aos quartéis após promulgada a Constituição de 1934. Porém, em meados de 1932, Getúlio Vargas já havia conseguido se livrar da influência dos tenentes sobre o comando da Revolução e governar somente com o ministério, prescindindo do "Gabinete Negro", embora os governos estaduais, na grande maioria, continuassem ainda nas mãos dos tenentes. Este ministério, composto de apenas nove pessoas (7 civis e dois militares), foi cuidadosamente montado, para premiar e contentar todos os 3 estados, partidos políticos (Partido Libertador, PRR, PRM, Partido Republicano Paraibano e o Partido Democrático (1930)), tenentes e a Junta Militar Provisória, que, juntos, fizeram a Revolução de 1930. A grande dificuldade que Getúlio tinha com os tenentes nos estados, além das rivalidades entre eles, era o despreparo deles para governar. Com poucas excessões como Juraci Magalhães, os tenentes fizeram administrações ruins, e o desempenho dos tenentes foi avaliado assim, em fevereiro de 1932, 4 meses antes da eclosão da Revolução de 1932, pelo tenente João Cabanas, um dos chefes da Revolução de 1924 e revolucionário de 1930, no seu livro "Fariseus da Revolução", que escreveu sobre o tenente João Alberto Lins de Barros, que governou São Paulo, entre 1930 e 1931, e sobre os demais tenentes governadores de estado: 22 de janeiro de 1931 foi descoberto um plano subversivo nos sindicatos em Santos e no Rio de Janeiro. Entre os presos estava o jovem Carlos Lacerda. Por causa desse caso, foi suspenso o desfile do dia do trabalhador de 1931. |
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Eurico Gaspar Dutra
Eurico Gaspar Dutra (Cuiabá, 18 de maio de 1883 — Rio de Janeiro, 11 de junho de 1974) foi um militar brasileiro e décimo sexto Presidente do Brasil e único presidente do Brasil oriundo do Mato Grosso.
Em 1922 formou-se na Escola de Estado-Maior. Dutra não participou da Revolução de 1930, estando, na época, no Rio de Janeiro, tendo defendido a ambiguidade frente à Revolução de 1930.
Em 1935 comandou a repressão à Intentona Comunista nas cidades do Rio de Janeiro, Natal e Recife, uma das primeiras, da I Região Militar, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, que o nomearia ministro da Guerra, atual comandante do Exército Brasileiro, em 5 de dezembro de 1936.
Nesse posto, cumpriu papel decisivo, junto com Getúlio Vargas e com o general Góis Monteiro, na conspiração e na instauração da ditadura do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937. Permaneceu como ministro da Guerra até sair do cargo para disputar a eleição presidencial de 1945.
Após a Segunda Guerra Mundial, pregou a redemocratização do país. Sendo novamente expulso do ministério em 3 de agosto de 1945, e participando a seguir, embora não muito intensamente, da deposição de Getúlio Vargas em outubro de 1945. Paradoxalmente o líder deposto anunciou seu apoio à candidatura de Dutra à presidência da República nas eleições que se seguiriam.
Dutra assumiu o governo em 31 de janeiro de 1946, juntamente com a abertura dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em clima da mais ampla liberdade. O pacto constitucional surgiu do entendimento dos grandes partidos do centro liberal, o PSD e a UDN, embora ali tivessem assento atuantes bancadas de esquerda, como as do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e PTB. Dutra não interferiu nas decisões, mesmo quando teve seu mandato reduzido de seis para cinco anos, pois fora eleito na vigência da Constituição de 1937 que previra mandato de 6 anos. O quinquênio presidencial, que começara com a proibição do jogo no Brasil (abril de 1946), entraria no ano de 1948 em sua fase mais característica, marcada pelo acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que considerou fora da lei o PCB (1947) e depois pela ruptura de relações com a União Soviética (1948).
O governo de Dutra iniciou a construção e inaugurou a ligação rodoviária do Rio de Janeiro a São Paulo, pavimentada, a BR-2, atual Rodovia Presidente Dutra, duplicada em 1967, e uma das mais importantes do país.
Foi com o plano SALTE também, que Dutra abriu a rodovia Rio de Janeiro - Bahia e instalou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF)
Foi durante sua gestão na Presidência da República que surgiram o Conselho Nacional de Economia, as Comissões de Planejamento Regional e o Tribunal Federal de Recursos. Em seu governo foi elaborado o Estatuto do Petróleo, a partir do qual tiveram início a construção das primeiras refinarias e a aquisição dos primeiros navios petroleiro.
Durante seu governo foram extintos os territórios federais de Ponta Porã e Iguaçu. Visitou os EUA, em 1950, sendo o segundo presidente brasileiro a fazer esta visita, o primeiro fora Júlio Prestes.
Uma de suas medidas mais polêmicas foi certamente a proibição dos jogos de azar no Brasil, em 30 de abril de 1946.
Em 18 de setembro de 1950, foi inaugurada a TV Tupi, a primeira emissora de televisão do Brasil. Entre 24 de junho e 16 de julho daquele ano, o Brasil sediou a Copa do Mundo, em cuja partida final a equipe do Uruguai derrotou o Brasil dentro do Estádio do Maracanã e levantou o título de campeão mundial de futebol.
Dutra tinha um problema de dicção onde trocava a letra c pela letra x.
Faleceu em 11 de junho de 1974, na Cidade do Rio de Janeiro (ex- Estado da Guanabara), com 91 anos, sendo o segundo mais longevo de todos os presidentes brasileiros, ficando atrás somente de Wenceslau Brás.
Carreira militar
Em 1902, Dutra ingressou na Escola Preparatória e Tática do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, e, depois, na Escola Militar de Realengo e na Escola de Guerra de Porto Alegre.Em 1922 formou-se na Escola de Estado-Maior. Dutra não participou da Revolução de 1930, estando, na época, no Rio de Janeiro, tendo defendido a ambiguidade frente à Revolução de 1930.
Em 1935 comandou a repressão à Intentona Comunista nas cidades do Rio de Janeiro, Natal e Recife, uma das primeiras, da I Região Militar, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, que o nomearia ministro da Guerra, atual comandante do Exército Brasileiro, em 5 de dezembro de 1936.
Nesse posto, cumpriu papel decisivo, junto com Getúlio Vargas e com o general Góis Monteiro, na conspiração e na instauração da ditadura do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937. Permaneceu como ministro da Guerra até sair do cargo para disputar a eleição presidencial de 1945.
Após a Segunda Guerra Mundial, pregou a redemocratização do país. Sendo novamente expulso do ministério em 3 de agosto de 1945, e participando a seguir, embora não muito intensamente, da deposição de Getúlio Vargas em outubro de 1945. Paradoxalmente o líder deposto anunciou seu apoio à candidatura de Dutra à presidência da República nas eleições que se seguiriam.
Presidência
Dutra candidatou-se pelo Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e venceu as eleições de 2 de dezembro de 1945, com 3.351.507 votos, superando Eduardo Gomes da União Democrática Nacional e Iedo Fiúza do Partido Comunista Brasileiro. Para vice-presidente, a escolha recaiu sobre o político catarinense Nereu Ramos, também do PSD, eleito pela Assembleia Nacional Constituinte de 1946. Quando Dutra foi eleito presidente, ainda estava em vigência a constituição de 1937, que não previa a figura do vice-presidente).Dutra assumiu o governo em 31 de janeiro de 1946, juntamente com a abertura dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em clima da mais ampla liberdade. O pacto constitucional surgiu do entendimento dos grandes partidos do centro liberal, o PSD e a UDN, embora ali tivessem assento atuantes bancadas de esquerda, como as do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e PTB. Dutra não interferiu nas decisões, mesmo quando teve seu mandato reduzido de seis para cinco anos, pois fora eleito na vigência da Constituição de 1937 que previra mandato de 6 anos. O quinquênio presidencial, que começara com a proibição do jogo no Brasil (abril de 1946), entraria no ano de 1948 em sua fase mais característica, marcada pelo acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que considerou fora da lei o PCB (1947) e depois pela ruptura de relações com a União Soviética (1948).
Realizações administrativas
De caráter desenvolvimentista, Eurico Dutra reuniu sugestões de vários ministérios e deu prioridade a quatro áreas: Saúde, Alimentação, Transporte e Energia (cujas iniciais formam a sigla SALTE). Os recursos para a execução do Plano SALTE seriam provenientes da Receita Federal e de empréstimos externos. Entretanto, a resistência da coalizão conservadora e a ortodoxia da equipe econômica acabaram por inviabilizar o plano, que praticamente não saiu do papel.O governo de Dutra iniciou a construção e inaugurou a ligação rodoviária do Rio de Janeiro a São Paulo, pavimentada, a BR-2, atual Rodovia Presidente Dutra, duplicada em 1967, e uma das mais importantes do país.
Foi com o plano SALTE também, que Dutra abriu a rodovia Rio de Janeiro - Bahia e instalou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF)
Foi durante sua gestão na Presidência da República que surgiram o Conselho Nacional de Economia, as Comissões de Planejamento Regional e o Tribunal Federal de Recursos. Em seu governo foi elaborado o Estatuto do Petróleo, a partir do qual tiveram início a construção das primeiras refinarias e a aquisição dos primeiros navios petroleiro.
Durante seu governo foram extintos os territórios federais de Ponta Porã e Iguaçu. Visitou os EUA, em 1950, sendo o segundo presidente brasileiro a fazer esta visita, o primeiro fora Júlio Prestes.
Uma de suas medidas mais polêmicas foi certamente a proibição dos jogos de azar no Brasil, em 30 de abril de 1946.
Em 18 de setembro de 1950, foi inaugurada a TV Tupi, a primeira emissora de televisão do Brasil. Entre 24 de junho e 16 de julho daquele ano, o Brasil sediou a Copa do Mundo, em cuja partida final a equipe do Uruguai derrotou o Brasil dentro do Estádio do Maracanã e levantou o título de campeão mundial de futebol.
Depois da presidência
Deixou a presidência em janeiro de 1951, mas continuou a participar da vida política brasileira. Fez um pronunciamento importante em 1964, contra o governo João Goulart que teve ampla repercussão entre os militares. Em 1964, logo após o golpe militar contra João Goulart, tentou voltar à presidência, mas já estava por demais afastado do grupo militar dominante, sendo preterido por Humberto de Alencar Castelo Branco.Dutra tinha um problema de dicção onde trocava a letra c pela letra x.
Faleceu em 11 de junho de 1974, na Cidade do Rio de Janeiro (ex- Estado da Guanabara), com 91 anos, sendo o segundo mais longevo de todos os presidentes brasileiros, ficando atrás somente de Wenceslau Brás.
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